Uma nova chance para o socialismo

Por Lucas Rafael Chianello (*)

No livreto Socialismo, Valter Pomar escreve que para instituirmos uma sociedade de fato justa e igualitária, precisaremos de maiores níveis de consciência da humanidade.

Portanto, podemos interpretar seguramente que além de um projeto de poder econômico e social baseado na apropriação coletiva do fruto do trabalho, o socialismo implica no maior conhecimento científico possível adquirido pelas pessoas.

Atualmente, o capitalismo preserva a relação de produção exploratória ou por regimes de força que impedem o voto, ou por regimes sufragistas nos quais o voto é financiado por grandes conglomerados econômicos patrocinadores dos partidos direitistas.

Iniciada a pandemia do coronavírus na China, a grande mídia empresarial passou a noticiar a quarentena adotada naquele país como cenário de filme de terror proporcionado por um toque de recolher de um regime autoritário, algo que na verdade foi uma medida sanitária extrema diante de um desequilíbrio sanitário extremo.

Obviamente que o coronavírus não escolhe quem irá infectar, mas as clássicas teorias políticas e econômicas estão, sim, por trás das medidas adotadas pelos governantes no combate à pandemia.

E foi justamente nessa oportunidade que mais uma vez o socialismo revelou-se infinitamente superior ao capitalismo, pois enquanto regimes socialistas e democrático populares praticaram a quarentena garantindo às suas populações os direitos sociais e econômicos, os países capitalistas sobrepuseram a economia à vida humana e um sem número de mortes passou a ser diariamente noticiado em progressão geométrica.

Frei Betto informa que no Vietnã as medidas sanitárias adotadas pelo governo estancou a pandemia a tal do ponto do país, com 96 milhões de habitantes, apenas 270 pessoas serem infectadas e 220 já estão curadas.

Por sua vez, o camarada Lucas Rubio, presidente do Centro de Estudos da Política Songun para o Brasil, informou que a exemplo do Vietnã, a Coreia Socialista tomou medidas sanitárias rígidas no início da pandemia, o que permitiu ao país a exemplar cifra de zero contaminação!

Na Venezuela, segundo a revista Fórum em matéria do dia 28/04/2020, nesta data nenhuma infecção foi registrada no país.

O governo de Nicolás Maduro decretou a quarentena mediante o pagamento dos salários públicos e privados do país até o final do ano, bem como suspendeu o pagamento das contas de água e de luz, além de contar com um efetivo médico de venezuelanos e cubanos no monitoramento da pandemia.

E por falar em Cuba, vamos bíen, gracias!

Em teleconferência realizada no dia 7 de abril com o presidente Miguel Díaz-Canel, o primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz e o ministro da saúde pública José Ángel Portal Miranda, a população foi conscientizada dos motivos do isolamento social, bem como informada de quais setores da economia considerados essenciais se manteriam funcionando e quais eram os dados do país diante da pandemia.

Até o fechamento deste artigo, Cuba tinha 1.649 casos confirmados, 827 recuperados e 67 falecidos.

Dos vários medicamentos cubanos, o Interferon Alfa 2B, fabricado em laboratório com filial na China, foi fundamental para o combate à pandemia no país.

A despeito do covarde bloqueio econômico sofrido pelo país há quase 60 anos, o laboratório estatal BioCubaFarma garante a produção e disponibilização dos 22 medicamentos inseridos no protocolo do Ministério da Saúde Pública para tratamento do Covid-19, enquanto o Centro de Engenharia Genética e Biotecnlogia conduz projetos de avaliação de antivirais no combate ao coronavírus.

Incapazes de repetirem o sucesso dos países socialistas e democrático populares, resta aos países fascistas e liberais exponenciarem os riscos às suas populações submetendo a ciência à ordem exploratória sob o discurso de que a economia não pode ser prejudicada (mesma “justificativa, por exemplo, dos EUA não respeitarem protocolos ambientais internacionais), enquanto diariamente seus principais conglomerados midiáticos empresariais sempre forjam mentiras para condenarem países onde se prioriza a vida e a igualdade sócio-econômica também em tempos de crise.

O extremo desequilíbrio sanitário causado pelo coronavírus se tornou, portanto, mais uma oportunidade para mostrarmos que István Mészáros estava certo: “Ou socialismo, ou barbárie.”

(*)  Lucas Rafael Chianello é advogado e jornalista filiado ao PT, organizado na tendência da Articulação de Esquerda

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