Tapetão e violência ditatorial na eleição: companheiro Lindbergh, não à violência, estamos com você!

Por Antônio Augusto (*)

É uma violência das mais inauditas o golpe aplicado contra a democracia e as forças democráticas, de que é vítima o ex-senador Lindbergh Farias, candidato a vereador e puxador da legenda do PT na atual eleição municipal carioca. Lindbergh recebeu dezenas de milhares de votos na eleição deste domingo, 15 de novembro, inclusive o meu. Estava lá, candidato, na urna eletrônica.

O TRE-RJ, no entanto, esconde os votos recebidos por Lindbergh, nem sequer os computa, considera-o “cassado” por decisão absurda de uma juíza de primeira instância, num processo que é uma armação – referente a 2007! -, quando Lindbergh era prefeito de Nova Iguaçu. A acusação contra Lindbergh não tem a menor sustentação, refere-se ao uso do logotipo que identificava a então administração municipal.

Numa eleição em que o poder econômico pintou e bordou a favor do bolsonarismo, dos candidatos de partidos de direita e extrema-direita, na qual predominaram muitíssimas omissões, e a mais que escassa atuação da justiça eleitoral a respeito, se comete uma violência destas contra um político democrata e de esquerda, que esteve na linha de frente contra o golpe de Estado de 2016, em defesa da legalidade democrática e do mandato, conferido nas urnas, à presidenta constitucional Dilma Rousseff.

O BRASIL NÃO PODE SER UMA REPUBLIQUETA DITATORIAL

Este golpe ditatorial de agora contra Lindbergh atenta contra a lisura do processo eleitoral. Está dentro da estratégia do golpismo de demonização do PT como passo indispensável para minar, restringir ao máximo as liberdades democráticas, facilitar a aplicação do programa neoliberal de promoção do desemprego e destruição da economia nacional. Eu quero o meu voto! Lindbergh 13123! Protesto contra a cassação do meu voto! Não admito que cassem o meu voto! Eu votei com muito orgulho e consciência democrática em Lindbergh Farias. Lindbergh teve 24.912 votos, foi o 7º vereador mais votado no Rio, informação que é sonegada aos eleitores, aos cariocas e ao povo brasileiro.

Anular na mão grande os votos de Lindbergh Farias é um atentado contra as eleições, e às dezenas de milhares de brasileiros que votaram nele. Além de, muito interessadamente aos golpistas, diminuir a bancada do PT na Câmara Municipal carioca. Com toda a perseguição, mesmo sem terem contado os votos dele, o PT aumentou sua bancada no Rio nesta eleição de 2 para 3 vereadores. Querem impedir assim, também, a eleição de vereadores do PT, os votos de eleitores cariocas. É a cassação ditatorial de mandatos antes até dos eleitos tomarem posse. Aberração cujos precedentes estão na longa ditadura militar (1964-1985).

A cortina de silêncio, distorção e deturpação que se faz sobre o assunto, a Rede Globo, em primeiríssimo lugar, a comandar esta desinformação, com sua ultra-tendenciosa “cobertura” das eleições, faz parte desta enorme violência. Como diz o ex-presidente Lula, a principal vítima da perseguição judicial e midiática contra a democracia: “Absurda a decisão sobre a candidatura de Lindbergh Farias no Rio. Mais uma demonstração da Justiça sendo utilizada para manipular as eleições.

A democracia precisa prevalecer. Minha solidariedade ao companheiro. O povo carioca merece contar com um vereador da sua qualidade”. Que o TSE e, se for o caso, o STF, façam justiça. O esbulho que se pretende cometer contra Lindbergh, seus eleitores. centra a lisura eleitoral, e a democracia no Brasil, só encontra paralelo nas piores ditaduras latino-americanas, como eram as de Stroessner no Paraguai, ou a de Somoza na Nicarágua. Exigimos Justiça, respeito à vontade popular, ao processo eleitoral, e à democracia no Brasil.

(*) Antônio Augusto é jornalista.


(**) Textos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da tendência Articulação de Esquerda ou do Página 13.

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