Lula fala sobre Alckmin

Por Valter Pomar (*)

Foi bem interessante a entrevista concedida por Lula, no dia 19 de janeiro de 2022, à chamada mídia independente.

Foram tratados diversos assuntos, cada um dos quais merece ser analisado detidamente.

Um destes assuntos foi a vice, abordado diretamente nas perguntas de Laura Capriglioni (Jornalistas Livres) e de Luís Nassif (GGN).

Ao final, reproduzo na íntegra as duas respostas dadas por Lula, com base na transcrição feita pelo Adriano Bueno.

Na resposta à Capriglioni, Lula iniciou dizendo o seguinte: “Oh Laura, eu sinto que você construiu uma quantidade de defeitos pra poder falar do Alckmin”.

A rigor, os defeitos citados por Laura foram todos construídos por Alckmin, que governou o estado de São Paulo por mais tempo que seus ex-colegas de Partido (Covas, Serra, Dória).

Defeitos à parte, Lula lembrou que Alckmin ainda não “definiu pra que partido ele vai”, premissa para qualquer decisão a respeito de vice.

Lula reiterou também ser “candidato pra ganhar as eleições, num momento em que o Brasil está infinitamente pior do que estava em 2003”, sendo que “ganhar eleições é mais fácil do que governar”, motivo pelo qual precisamos “conversar com as pessoas”, “fazer alianças”, “construir parcerias”.

Neste contexto, Lula afirma: “Nós temos divergência? Temos. Por isso pertencemos a partidos diferentes. Temos visão de mundo diferente? Temos”. Mas “não terei nenhum problema se tiver que fazer uma chapa com o Alckmin pra ganhar as eleições e pra governar esse país”; “da minha parte não existe nenhum, nenhum problema de fazer aliança com o Alckmin e ter o Alckmin de vice”.

O divertido é que Lula engata o “não tem nenhum problema” no seguinte raciocínio: “Nós vamos construir um programa de interesse nacional (…) a prioridade é o povo brasileiro. A prioridade é o povo trabalhador. A prioridade é a classe média baixa. A prioridade é o povo que está desempregado (…) E eu espero que o Alckmin esteja junto. Sendo vice; não sendo vice”.

Um problema é o seguinte: desde 1995 até 2018, Alckmin “não esteve junto”. Pelo contrário, foi um dos principais defensores e executores do programa oposto aos interesses nacionais, aos interesses do povo, dos trabalhadores.

O que teria mudado?

Segundo Lula, “me parece que ele se definiu de fazer oposição definitiva não apenas ao Bolsonaro, mas também ao ‘dorismo’ aqui em São Paulo. É importante lembrar que o PSDB do Dória não é o PSDB socialdemocrata do Mário Covas, do Fernando Henrique Cardoso, do José Serra, criado no período da Constituinte, no tempo do Franco Montoro”.

Supondo que Lula esteja certo no tocante a qual seria a atitude de Alckmin frente a Bolsonaro e a Dória, resta saber se Alckmin também fará “oposição definitiva” ao programa neoliberal, encabeçado por ele desde 1995, na companhia principalmente de FHC, de Serra e demais “socialdemocratas”, desde antes até bem depois de 2002.

Há algum indício disto?

Há alguma declaração de Alckmin neste sentido?

Ou a razão estaria mais próxima do indicado por Luis Nassif?

Para Nassif, Alckmin é “um sujeito leal, um sujeito de boa índole”, mas teria na cabeça “a questão do mercado e a questão do modelo Fernando Henrique Cardoso”.

Por estes motivos, Nassif manifestou preocupação com a hipótese de algo acontecer com Lula e, por conta disso, Alckmin vir a assumir a presidência.

A resposta de Lula a esta questão foi baseada no máximo pensamento positivo:  além de minimizar as ameaças e riscos, afirmou que “às vezes a gente pensa no que a pessoa foi, e a gente tem medo de pensar no que a pessoa vai ser. O ser humano, ele é mutante, ele vai se transformando” (as vezes para pior, lembra o próprio Lula).

Neste ponto do raciocínio, Lula volta a questão do programa: “Nós vamos ganhar as eleições com um programa. Esse programa será aprovado pelas forças políticas que vão compor a minha aliança política”.

E aí é utilizado um truque muito conhecido dos mágicos: fazer as pessoas olharem para outro lugar. Lula vinha falando de Alckmin e de repente passa a falar do Zé Alencar (como antes falara do Teotônio Vilela). E como ambos eram legais, Alckmin haverá de ser legal também…

….se ele quiser, é claro.

Lula diz textualmente o seguinte: “se as forças políticas que me apoiam decidir se o Alckmin é vice, que ele esteja ouvindo o que eu tô falando, porque ele tem que provar que ele vai ter que ser igual ou melhor que o Zé Alencar”.

Zé Alencar, vamos lembrar, era um crítico da política de juros altos e um defensor da indústria.

Alckmin é da turma que destruiu a indústria nacional e alavancou o setor financeiro. Digo “é” e não “foi” da “turma” pois, embora ele tenha saído do PSDB, Alckmin não deu nenhuma demonstração de que o PSDB saiu dele.

Talvez por isso Nassif tenha voltado a insistir no tema, insinuando o risco de ações contra a vida de Lula.

A resposta de Lula foi a seguinte: esse país não tem essa cultura, sabe, a cultura nossa é da mentira, como foi feito com Getúlio Vargas, como foi feito com Juscelino Kubitscheck, como foi feito com João Goulart, como a vida inteira foi feito com o Brizola, como foi feito com Miguel Arraes, como tentaram fazer comigo”.

O país eu não digo, mas certamente a classe dominante usa e abusa da mentira. Mas não só. Para ficar nos casos citados: há fortes indícios de que Juscelino e Goulart foram assassinados. E seja por qual motivo for, os vices neste país não são figuras decorativas. Portanto, colocar na vice um neoliberal é dar sorte para o azar.

Lula afirmou ainda, na resposta a Nassif, o seguinte: “eu não quero ser um candidato do PT. O PT é o meu partido, mas eu quero ser candidato de um movimento que esteja disposto a resgatar a decência do povo brasileiro; a dignidade do nosso povo; e o direito dele ser feliz e viver dignamente. É esse movimento que vai reestabelecer a democracia”.

De fato, a candidatura de Lula não pode ser apenas do PT. Seja no primeiro, seja no segundo turno, mas especialmente no governo, Lula precisa expressar um “movimento” muito mais amplo em defesa da, por exemplo, dignidade do povo brasileiro.

Dignidade esmagada pelos governos tucanos, por exemplo no massacre de Pinheirinho (2012), no qual Alckmin demonstrou boa parte da “boa índole” e da “lealdade” dos tucanos.

Por estas e por outras razões programáticas, Alckmin deveria ser comparado não com José de Alencar, mas com Temer. E também por isso deve ser mantido bem longe da vice e também dos elogios imerecidos.

(*) Valter Pomar é professor  e membro do diretório nacional do PT

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SEGUE A TRANSCRIÇÃO FEITA PELO ADRIANO BUENO

Entrevista do Lula à mídia independente

TV 247, 19 de janeiro de 2022

Laura Capriglioni – Jornalistas Livres: Bom, é… Bom dia presidente Lula. Eu não poderia abrir essa rodada de perguntas sem pegar a grande interrogação desse momento. Eu sei que o senhor acabou de dizer que nem sabe se será candidato; o Alckmin, nem sabemos se será candidato; mas eu queria perguntar pro senhor, se o senhor discutindo assim… em cima da experiência vivida, o senhor imagina uma chapa do PT pra derrotar o Bolsonaro – porque que é isso que se trata, a gente tem que derrotar o Bolsonaro como primeira missão – mas o senhor imagina uma chapa pra derrotar o Bolsonaro, que o PT lidere e que tenha como vice o cara que fez o massacre do Pinheirinho; o cara que perseguiu professores; o cara que bombardeou secundaristas; o cara que pegou e… é o principal responsável pelas chacinas que ocorreram na periferia de São Paulo em 2006. Então, eu queria perguntar pro senhor se, em tese – já que não estamos discutindo nomes – se em tese o senhor admite uma composição como essa no governo? Não estou falando como aliança… aliança a gente faz com todo mundo pra derrotar o Bolsonaro. Mas no governo, como vice-presidente?

Lula: Oh Laura, eu sinto que… (risos) Eu sinto que você construiu uma quantidade de defeitos  pra poder falar do Alckmin. Deixa eu te dizer uma coisa. Eu não sei se vocês perceberam que só não tem falado do assunto: o Alckmin e eu. Você vê todo mundo falar todo santo dia. Você vê todo mundo dar palpite. Mas você não vê uma fala minha, uma fala do Alckmin. Por uma razão simples: o Alckmin saiu do PSDB e não se definiu pra que partido ele vai. Ele é um homem que não tem partido, hoje. E eu não defini a minha candidatura. Então não pode ter nem candidato, nem vice. É o óbvio, tá? Eu queria dizer isso, pra ficar claro. A segunda coisa é o seguinte: eu não sou candidato para ser protagonista. Eu sou candidato pra ganhar as eleições. E sou candidato pra ganhar as eleições, num momento em que o Brasil está infinitamente pior do que estava em 2003 quando eu tomei posse. Economicamente, politicamente, socialmente… o Congresso está muito, mas muito, muito, muito pior do que o Congresso que eu tomei posse em 2003. Ganhar umas eleições é mais fácil do que governar. E governar significa que você tem que adquirir possibilidade muito grande de conversar com as pessoas. Por isso é que nós precisamos fazer alianças. Por isso é que nós precisamos construir parcerias. Tá? Eu tive com o governador Alckmin durante 4 anos na presidência (que eu fui, porque no outro período foi o Serra). E a minha relação com o Alckmin, ela foi… foi… eu não tenho nenhuma… nenhuma divergência da minha relação como presidente com o Alckmin, e nem com o Serra. Tinha uma conversa com os dois extraordinária, sabe, na relação entre os entes federados. Nós temos divergência? Temos. Por isso pertencemos a partidos diferentes. Temos visão de mundo diferente? Temos. Mas isso não impede, que se for necessário, que você construa a possibilidade das divergências serem colocadas num canto, e você colocar as convergências no outro canto pra você poder governar. Eu não terei nenhum problema se tiver que fazer uma chapa com o Alckmin pra ganhar as eleições e pra governar esse país. Só não posso dizer pra você que vou fazer porque o Alckmin tem que definir  pra que partido ele vai; nós vamos ter que saber se o partido que ele vai está disposto a fazer aliança com o PT; porque nem as nossas alianças mais certas estão fechadas. Quem lê a imprensa, vê todo dia, sabe, parece que tá tudo certo o PT e o PSB, daqui a pouco parece que tá tudo, sabe… destruído. Sabe? Daqui a pouco você vê com o PSol, a mesma coisa. Daqui a pouco você vê, sabe… com o PSD do Kassab. Então nós precisamos ter tranquilidade. Porque o tempo vai se encarregar. E o tempo tá chegando. Nós temos que definir a questão das federações. Nós temos que definir a questão das alianças políticas. E aí, quando a gente fizer aliança, o partido pode reivindicar a vice, pode reivindicar o cargo. Eu só quero te dizer que da minha parte não existe nenhum, nenhum problema de fazer aliança com o Alckmin e ter o Alckmin de vice. Não tem nenhum problema. Nós vamos construir um programa de interesse nacional na sociedade brasileira. Todo mundo sabe o que eu quero, sabe, pra esse país. Não abro mão de que o… a prioridade é o povo brasileiro. A prioridade é o povo trabalhador. A prioridade é a classe média baixa. A prioridade é o povo que está desempregado. Aquele chamado descamisado, que o Collor falava em 1989. Essa gente tem que ser nossa prioridade. E eu espero que o Alckmin esteja junto. Sendo vice; não sendo vice. Sabe? Porque me parece que ele se definiu de fazer oposição definitiva não apenas ao Bolsonaro, mas também ao “dorismo” aqui em São Paulo. É importante lembrar que o PSDB do Dória, não é o PSDB social democrata do Mário Covas, do Fernando Henrique Cardoso, do José Serra, criado no período da Constituinte, no tempo do Franco Montoro. Então, querida Laura, fique tranquila que na hora que tiver que acontecer eu terei imenso prazer de marcar uma outra coletiva. Se for o Alckmin, trazer o Alckmin aqui, como eu levava o Zé Alencar junto comigo pra mostrar: tá aqui a parceria pra ganhar as eleições. É preciso ele querer; é preciso saber que partido que ele vai entrar; e é preciso saber a definição do meu partido, se vai querer também  que eu seja candidato, porque tudo pode acontecer no PT.

Luis Nassif – Jornal GGN: Ô presidente, tem um teste que a gente fazia com automóveis, mas vale pra Supremo, vale pra Procuradoria, que é a instituição em situação normal de voo e sob estresse. Nós já tivemos a experiência do que que foi o Supremo sob estresse, a Procuradoria Geral da República sob estresse… quando a gente fala no vice-presidente, com todas… o Alckmin tem um conjunto de virtudes: é um sujeito leal, é um sujeito de boa índole. Mas vamos supor o estresse. O estresse é o seguinte: por alguma razão aí, porque ninguém é invencível ou eterno, o presidente sai… o senhor deixa a presidência. Por alguma razão. Ou seja, tem a situação normal que é o Lula indo até o final do governo: o Alckmin seria um vice-presidente tão leal quanto o José Alencar. E uma outra situação, que pode vir a ocorrer, do Lula vir a ter que sair no meio do governo. O projeto Lula nos transformaria num projeto Fernando Henrique Cardoso? O pessoal que votou nesse “projeto Lula”… porque a cabeça do Alckmin, um dos pontos de divergência é a questão do mercado e a questão do modelo Fernando Henrique Cardoso. A vice presidência não deveria ser algo umbilicalmente ligado ao pensamento do presidente?

Lula: Olha, o problema é que, quando a gente pensa a política, às vezes a gente pensa no que a pessoa foi, e a gente tem medo de pensar no que a pessoa vai ser. O ser humano, ele é mutante, ele vai se transformando. Uns se transformam pra pior. Eu vejo muitos comentaristas da televisão brasileira que eram extremistas de esquerda, sabe, há 20 anos atrás. E hoje são direitistas. E fazem julgamento dos outros todo dia. E eu vejo pessoas, como o Teotônio Vilela, que no Golpe de 64 utilizava metralhadora pra atirar em comunistas nas praças de Maceió, e depois virou um símbolo da democracia e dos direitos humanos nesse país. Tá? Eu, eu… o que que eu posso dizer pra você… quando você é candidato, você não… você não… não… não… você não sabe o que vai te acontecer. O que eu sei é o que vai acontecer com esse país. Nós vamos ganhar as eleições com um programa. Esse programa será aprovado pelas forças políticas que vão compor a minha aliança política. Quando eu tomei posse em 2003, a primeira coisa que eu disse foi o seguinte: no nosso governo não tem política de ministros. Não é o ministro que decide fazer uma ponte, um viaduto, e muito menos política de deputado, com emenda. No nosso governo, a política será definida pelo governo. Tudo será de todos. E vai ser assim. Então, veja, como eu acho que não vai me acontecer nada, porque eu tenho um compromisso e acho que Deus vai me ajudar a viver 120 anos, porque já nasceu o cara que vai viver 120 anos e eu fico pensando que pode ser eu. Não é? (risos) Então eu não penso no pior. Eu penso no melhor. Eu penso que eu vou ser eleito presidente se eu for candidato; penso que nós vamos governar esse país; e penso que nós vamos recuperar a alma desse país para o povo brasileiro. O orgulho de ser brasileiro. E obviamente que o vice estará, como esteve o Zé Alencar. O Zé Alencar, eu vou contar pra vocês uma pequena história, pra ninguém ter dúvida. Eu fui convidado pra ir numa festa de 50 anos de vida empresarial do Zé Alencar. O Zé Dirceu foi convidado… foi… foi… telefonaram pro Zé Dirceu pedindo pra ele me convidar. E eu disse textualmente: eu não tenho porque ir em Minas Gerais na festa de um burguesão como o Zé Alencar, sabe. Eu sabia que ele era um grande empresário. Eu falei: o que é que eu vou fazer lá? Não quis ir. Mas aí me convenceram a ir. Cheguei lá tinha uns 20 senadores, tinha uns 10 governadores de Estado. E eu tô lá, com o nariz torcido: o que que eu tô fazendo aqui? E fala sanador, e fala… aí daqui a pouco fala o Zé Alencar. E o Zé Alencar começa a contar a vida dele. Quando ele terminou de falar, eu falei pro Zé Dirceu: encontrei o meu vice! Eu não conhecia o Zé Alencar. Encontrei o meu vice! O Zé Alencar estava disputando uma vaga, me parece que na presidência do Senado, dentro do PMDB. Ele só teve o voto dele. Eu fui conversar com o Zé Alencar no dia que ele só teve o voto dele. Cheguei lá, conversando com o Zé Alencar, e falei: “companheiro, é o seguinte, olhe, eu vim aqui pra te convidar pra ser meu vice. Tem condição. Você teria que sair do PMDB, porque o PMDB está apoiando outro candidato, e eu queria você”. Fomos discutir a entrada dele no PL, acertamos a entrada dele no PL. E eu duvido que alguém tenha a sorte de ter o vice que eu tive com o Zé Alencar. Eu espero… espero, que se as forças políticas que me apoiam decidir se o Alckmin é vice, que ele esteja ouvindo o que eu tô falando, porque ele tem que provar que ele vai ter que ser igual ou melhor que o Zé Alencar. E aí, eu estarei muito tranquilo, porque o vice tem que ajudar a governar esse país. Tem que ajudar a governar esse país de qualquer jeito. Porque esse país não tem mais espaço pra brincadeira, não tem mais espaço pra aventura. E eu vou me cuidar. Vou me cuidar pedindo  pra Mãe Natureza olhar pro Lulinha aqui né, porque eu vou casar com a Janja. Como é que eu posso casar e ter um problema? Eu tenho que casar e viver pelo menos uns 20 anos.

Luis Nassif – Jornal GGN: Mas tem um negócio chamado Escritório do Crime, milícias…

Lula: Ah não, eu não trabalho com essa preocupação, mesmo sabendo que ela possa existir. Eu sinceramente acho que esse país não tem essa cultura, sabe, a cultura nossa é da mentira, como foi feito com Getúlio Vargas, como foi feito com Juscelino Kubitscheck, como foi feito com João Goulart, como a vida inteira foi feito com o Brizola, como foi feito com Miguel Arraes, como tentaram fazer comigo. Eu tive sorte, ajuda de vocês, ajuda dos blogueiros desse país. Eu tive sorte do povo brasileiro, sabe… que me ajudaram aprovar a farsa que foi montada contra mim em vida. Outros não tiveram. Juscelino paga até hoje por um apartamento que nunca foi dele, no Rio de Janeiro. E eu, graças a Deus, consegui desmontar, sabe, o canalha que foi o Moro no julgamento dos meus processos. O Dalanhol. A mentira. O fake News. O Power Point da quadrilha. Tudo isso que quadrilha eram eles. Então, eu acho que nós temos que estar tranquilos. Eu tenho muito juízo. Muito juízo. Eu sei da responsabilidade. Você sabe, Nassif, que eu sou um cara que eu gosto de conversar com as pessoas, eu gosto de ouvir as pessoas. Eu não tomo decisão com 39 graus de febre. Ninguém ache que eu tenho que tomar a decisão agora. Não. Eu vou pensar. Eu vou conversar. Eu vou ouvir. E eu vou decidir. É assim que eu quero governar esse país. Ouvir mais o povo brasileiro. Eu não vou, se for candidato, Gleisi, é importante você estar sabendo: eu não quero ser um candidato do PT. O PT é o meu partido, mas eu quero ser candidato de um movimento que esteja disposto a resgatar a decência do povo brasileiro; a dignidade do nosso povo; e o direito dele ser feliz e viver dignamente. É esse movimento que vai reestabelecer a democracia. É esse movimento que vai dar um golpe no Bolsonaro. É um golpe na urna. Não é um golpe militar; um golpe na urna. E esse negócio dele ficar bravo, dizer que não sabe se vai entregar; que não sabe se vai aceitar; que vai ter Capitólio… não, ele calminho… calminho… pode até sair pela porta dos fundos, como Figueiredo. Mas quem ganhar, vai tomar posse e vai presidir esse país. E é isso que eu tenho certeza. E por isso me preparo. Levanto todo dia 6 horas da manhã. Faço 6 quilômetros todo dia. Faço muita musculação. Faço muita perna, pra poder aguantar a marimba nesse país, e pra poder aguentar a Janjinha também. É isso.

 

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