Juventude da AE-MG lança nota de repúdio ao ataque à UFMG

Página 13 publica a seguir nota da Juventude da tendência petista Articulação de Esquerda de Minas Gerais sobre o ataque à UFMG.

 

Nota de repúdio da Juventude da Articulação de Esquerda-MG

Acordamos hoje com ameaças e ataques graves e flagrantes à autonomia universitária e ao tripé universitário em Minas Gerais. Fomos surpreendidos com a operação da policia federal deflagrada na Universidade Federal de Minas Gerais, denominada ‘Esperança Equilibrista’, a qual se propõe a apurar possíveis desvios de recurso público para implantação e construção do Memorial de Anistia Política do Brasil, espaço destinado à conservação da memória e da verdade política do período da repressão na ditadura militar. O próprio nome da operação é uma demonstração da arrogância da Polícia Federal, citando uma das marcas culturais da resistência a ditadura militar.

Foram conduzidos coercitivamente o Reitor Jaime Arturo e a Vice-reitora Sandra, além de outros professores, como o Ex-reitor e Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina, além de serem revirados documentos da UFMG, com relatos de entradas forçadas aos gabinetes dos reitores. Além de ferir de morte vários preceitos fundamentais do Estado Democrático de Direito e a Constituição Federal de 1988, questiona os métodos e atividades desenvolvidas pela Universidade, incluindo o programa de assistência a bolsas para pesquisa e extensão, apesar dessa ser reconhecida como uma das melhores do Brasil.

Vivemos um período de exceção e de golpe de estado que tem atacado os direitos dos trabalhadores, dos jovens, das minorias e limitado, e até mesmo retroagido, o desenvolvimento a educação brasileira. Não se pode negar o espírito parcialidade que se recai hoje sobre as investigações conduzidas pela PF que propõe o desmonte da soberania nacional e simplesmente criam uma teoria midiática, expõe pessoas a todo risco para somente depois averiguar a veracidade dos fatos. Isso já ocorreu com o Reitor Luiz Carlos Cancelier, da Universidade Federal de Santa Catarina, que cometeu suicídio após as várias acusações infundadas feitas em sua direção com nada para justificar mandados de condução coercitiva quando nunca se houve resistência para prestar informações. Isso ocorre novamente com a UFMG, para macular a imagem da universidade que em seus 90 anos é um dos principais espaços de resistência democrática. Nada justifica mandados de condução coercitiva quando nunca se houve resistência para prestar informações.

Também é flagrante o ataque do judiciário ao Partido dos Trabalhadores e aos seus líderes, como a perseguição ao presidente Lula. Não podemos permitir que tais ações aconteçam sem nos manifestar e demonstrar cada vez mais os descalabros do governo ilegítimo.

Não podemos simplesmente acreditar em coincidências em tempos de guerra. Justamente nas vésperas da divulgação do Relatório da Comissão da Verdade de Minas Gerais, próximo da data em que foi instituído o AI-5 em 1968 e da votação da Reforma da Previdência, é realizada uma operação sobre a pesquisa desenvolvida para memória daqueles que lutaram contra os abusos da ditadura militar. Além disso, fica o alerta a comunidade acadêmica da instituição no que diz respeito aos votos da recente consulta pública que foi realizada para o Reitorado da UFMG.

Temos que estar atentos aos desmandos que estão acontecendo pelo governo ilegítimo e pelas instituições que não respeitam a democracia! Não podemos ficar parados, visto que tudo isso faz parte de um plano maior para o fim do ensino público e gratuito e pela manutenção da ausência do direito à memória e à verdade!

 

Belo Horizonte, 06 de dezembro de 2017

 

 

 

 

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