Frente de esquerda para derrotar a direita e a ultradireita no RJ

Página 13 publica resolução da direção estadual da tendência petista Articulação de Esquerda do Rio de Janeiro.

1. Na etapa estadual do seu último congresso, a tendência petista Articulação de Esquerda definiu como sua proposta de tática eleitoral do PT para 2020 na capital a construção de uma frente de esquerda política e social. O centro para nós era o esforço da unidade das forças progressistas para resistir e derrotar o fascismo e os neoliberais.

2. Entendemos, como é da nossa tradição e concepção de partido, que a tática eleitoral deve emergir de um amplo processo de debate nas bases e da construção coletiva de um programa de governo com plataforma máxima e mínima a ser apresentada para as demais forças políticas e sociais na cidade. É inadmissível que possíveis escolhas de alianças e nomes sejam anunciadas à militância via imprensa.

3. Saudamos a resolução do Diretório Municipal do PT-Rio que aprovou um ciclo de debates nas zonais sobre a tática eleitoral; aprovou um GT para formulação de um programa de governo; e apontou para a construção da unidade das esquerdas.

4. Compartilhamos da preocupação com a recuperação do protagonismo do PT, como bem indicou a resolução do Diretório Regional do último dia 25. Nos últimos anos, o nosso partido perdeu identidade ideológica e programática ao aderir às concepções de políticas públicas e gestão dos governos do MDB; e ao aderir a um pragmatismo eleitoral rebaixado.

5. Há uma preocupação correta e de todos com a autoconstrução do PT, o aumento da nossa bancada, a defesa de Lula e de nosso legado. Temos o desafio de voltar a se constituir como um instrumento aglutinador de jovens, formador de quadros, organizador da luta social, mobilizador de massas, tensionador da ordem estabelecida, ou seja, no polo principal da disputa ideológica-política-cultural.

6. Ter propostas e alianças claras de esquerda é fundamental para a recuperação do protagonismo petista, articuladas à retomada de um planejado e intenso trabalho de base, sem o qual será muito difícil, se não impossível, de derrotar os fascistas e os ultraliberais.

7. Dito isto, é preciso encarar a conjuntura fluminense. Os governos estadual e da capital são hoje o laboratório e a cidadela do ideário das direitas e ultradireitas. Uma vitória das esquerdas na cidade do Rio, cartão postal do Brasil, terá efeitos políticos e simbólicos extremamente positivos para as lutas que virão. Isso não pode ser menosprezado na atual quadra da nossa história.

8. Nossas melhores energias devem se voltar para pôr a esquerda no segundo turno na capital, evitando um cenário onde os cariocas tenham que escolher entre o obscurantismo e o autoritarismo de uma candidatura bolsonarista ou o neoliberalismo light de uma candidatura como de Eduardo Paes do DEM, que alguns insistem em chamar de centro. Na construção de uma forte alternativa de esquerda é que o PT acumulará forças.

9. As alianças e a participação subordinada nos governos de Cabral e Paes e as posturas vacilantes e contraditórias na ALERJ são as causas centrais de perda de protagonismo do PT no estado e na capital. Se o PT é a maior força da esquerda no Brasil, esse posto no Rio de Janeiro pertence ao Psol. E o fato é que o nome em melhores condições para ir para o segundo turno representando as forças progressistas é do deputado federal Marcelo Freixo.

10. Os dados históricos das eleições demonstram que não há correlação direta entre candidatura própria e desempenho das bancadas. Entendemos que a melhor maneira de defender Lula e o nosso legado é derrotando nossos inimigos e suas políticas de ódio e desigualdade, fortalecer o campo democrático e popular.

11. Por isso, defendemos aliança no primeiro turno de todas as forças de esquerda e centro-esquerda. Com uma campanha militante e orientada para a luta até vencer a barbárie. O PT pode e deve ser protagonista compondo a chapa para a prefeitura, com as suas exitosas experiências de governo, como em Maricá, no programa eleitoral e com uma nominata à vereança integrada à campanha majoritária.

12. Na realidade histórica, a força do PT na cidade do Rio está menos dependente de uma candidatura própria e mais de uma direção coletiva e uma intensa unidade interna. Diante dessas premissas, a AERJ integra o manifesto intitulado “Eleições no Rio: Unidade das esquerdas contra o Fascismo”.

Direção Estadual da Articulação de Esquerda – 27/01/2020

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