Derrotar o fascismo e construir a Oposição de esquerda e de resistência popular e democrática

Nota da tendência petista Articulação de Esquerda – Ceará sobre posição no 2o. turno da eleição em Fortaleza

Eleição não é só contabilidade de votos. Pelo menos não são só números que definem quem vence e quem foi derrotado. O terreno da política é menos cartesiano e mais qualitativo e cheio de significados. Do resultado do primeiro turno da eleição municipal em Fortaleza, se evidencia a grandiosidade da vitória política do PT, nossa militância e nossa candidata.

Luizianne sai das urnas com mais de 227 mil votos, mesmo sem apoio de autoridades do próprio partido que compõem o governo do estado. Dentre elas o governador Camilo que, mesmo filiado ao PT, fez de tudo para se esquivar da associação da sua imagem com a nossa campanha.

Parece que há quem acredite que é possível uma saída democrática para o país sem o PT. E até quem renegue a própria construção partidária que o leva a estar onde está.

Já a militância do PT é, como sempre, heróica, enfrentando duas máquinas e suportando semanas de sol e pandemia para levar o projeto autônomo e autêntico do partido.

Assim como os candidatos e as candidatas a vereador/a do PT cumpriram um papel fundamental, para ampliar na raça nossa bancada na Câmara, passando de dois eleitos há quatro anos para três mandatos agora. A estes/as guerreiros/as, o nosso reconhecimento.

Por tudo isso, só podemos agradecer ao povo de Fortaleza, que foi capaz de compreender que quem o defende é o PT. Povo negro, sem-tetos, mulheres, professores/as, estudantes – Gente que apostou nas propostas de mais CUCAs, de mais auxílio emergencial, de mais transparência e participação popular. O povo livre que não aceita ser moeda de troca no mercado dos votos e que constrói sua própria emancipação.

Em respeito a todo este esforço, diante das alternativas que remanesceram no segundo turno, não há como adotar outra postura que não seja a de nenhum voto no direitista Wagner e o projeto de destruição que o bolsonarismo representa em nível nacional. Impedir que o projeto fascista, de perseguição e extermínio, se instale em Fortaleza.

Se a atual situação da cidade já é desastrosa, o que seria se governada por quem apoia motins com máscaras balaclavas e armas para aterrorizar a população? O que seria se governada por quem acha defensável uma “greve de fome” para passar o pano nos acusados de chacinar jovens no Curió?

O que nos move, por outro lado, não significa uma adesão a um projeto que se apresenta como das “elites”, que abandonou os bairros pobres e os projetos sociais nas periferias, que transformou nossas unidades de conservação em ativos de mega-empreendimentos privados e que deve continuar aprofundando suas contradições. Nosso voto reativo não significa, portanto, abandonar uma perspectiva crítica de seu projeto oligárquico, anti-ambiental e patronal.

Assim, a presença do candidato Sarto na sede do PT, recebido com honras por parlamentares e dirigentes partidários é um simbolismo desnecessário e injustificável, diante dos ataques baixos e misóginos deferidos por seu agrupamento à campanha petista de Luizianne e Vladyson na capital.

Muito menos faria sentido qualquer sinalização de participação numa eventual gestão à frente do Executivo municipal.

Nossa tarefa prioritária é derrotar o bolsonarismo da candidatura de Wagner, orientando o voto crítico em Sarto 12.

O recado foi dado pelo povo de Fortaleza que votou no PT: Estamos incumbidos da missão de permanecer na Oposição e construir a Resistência de Esquerda democrática e popular aos projetos de destruição das políticas sociais de Estado, bem como aos corruptos que querem usar a esfera pública em benefício de seus próprios interesses econômicos.

O PT deve seguir contribuindo para o avanço das políticas sociais, cobrando, fiscalizando, propondo, enfim, a partir de uma construção democrática como oposição programática.

A militância petista vai seguir nas redes e nas ruas na luta permanente contra o coronelismo e o fascismo!

Articulação de Esquerda – PT Ceará
Fortaleza, 18 de novembro de 2020

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