A verdadeira face de Dória e do PSDB

Por Pedro Pomar (*)

As últimas semanas deixaram clara a verdadeira face do PSDB, o partido político que controla o governo paulista há quase vinte e cinco anos, desde 1995, e que vem ajudando o governo Bolsonaro a entregar as riquezas nacionais para os EUA e a retirar direitos da classe trabalhadora. O PSDB não aceitou a derrota do seu candidato Aécio Neves nas eleições presidenciais de 2014. E os tucanos passaram a conspirar com outras forças políticas de direita, com a mídia e com setores do Judiciário para derrubar a presidenta Dilma Rousseff por meio do impeachment e para conseguir a prisão ilegal do ex-presidente Lula por meio da Operação Lava Jato.

Empossado no lugar de Dilma, o vice Michel Temer contou com vários ministros do PSDB, que ajudaram a aprovar reformas contrárias aos interesses da população, como a PEC que congela os gastos públicos e a criminosa Reforma Trabalhista. No governo Bolsonaro o PSDB não tem ministros, mas apoia as principais reformas enviadas pelo governo ao Congresso Nacional. Por exemplo: o PSDB votou a favor da Reforma da Previdência, que reduziu o valor das aposentadorias e pensões, aumentou as exigências para se conseguir o benefício, especialmente para as mulheres, e dificultou tremendamente que os jovens venham a se aposentar algum dia.

E agora, em plena pandemia que já matou 60 mil brasileiras e brasileiros, o PSDB teve um papel determinante na aprovação do projeto de lei que privatizou a água no nosso país. Esse absurdo projeto, que só interessa para os ricos, para os capitalistas, foi relatado pelo senador cearense Tasso Jereissati, que é uma das principais figuras do PSDB e que é conhecido como “Senador Coca-Cola”, porque é sócio dessa empresa, que é uma grande consumidora de água.

Portanto, o PSDB apoia integralmente a agenda econômica de Bolsonaro! Um agenda de retirada de direitos da população e de entrega de privilégios aos poderosos. Mas não é só isso. Diante do movimento cada vez maior pelo impeachment de Bolsonaro, em razão dos diversos crimes de responsabilidade por ele cometidos, e pela cassação da chapa Bolsonaro-Mourão pelo TSE, pelo uso de fake news na eleição de 2018, os porta-vozes do PSDB reagem dizendo que são contra o impeachment. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu “tolerância” com Bolsonaro!

Enquanto isso, no nosso Estado o chamado “Plano São Paulo” do governo Dória multiplica contágios e mortes pela Covid-19. A temerária estratégia de “tentativa-e-erro” na reabertura da economia está produzindo muitas mortes que poderiam ser evitadas, inclusive em Ribeirão Preto, onde o sistema de saúde está à beira do colapso. Vale lembrar que o prefeito Nogueira também é tucano, também é correligionário do governador. O PSDB não tem compromisso com a sorte do povo. Só tem compromisso com seus financiadores de campanha, os grandes empresários que se beneficiam com as políticas de governo, tanto no plano estadual como no plano local. Por isso não fortalece o Sistema Único de Saúde (SUS), não oferece transporte coletivo seguro, nem garante políticas de assistência social que ajudariam a manter as pessoas em casa e desse modo contribuiriam com o distanciamento social tão necessário no combate à epidemia. O PT vem fazendo oposição incansável ao governo Bolsonaro. E continuará combatendo e denunciando as políticas do PSDB, que é um dos principais aliados do projeto ultraliberal de Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes.

(*) Pedro Pomar é jornalista

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