10º CONAD: A posse da nova direção do ANDES-SN e as tarefas para a categoria frente aos ataques do governo federal

Por Mariuza Guimarães (*)

No dia 1º de dezembro de 2020, no 10º  CONAD Extraordinário, tomou posse a nova diretoria do ANDES-SN para o biênio 2020-2022. A Chapa 1, vencedora do pleito, representada pela professora Rivania Moura; a atual direção, representada pelo professor Antonio Gonçalves e pela professora Eblin Farage; e a professora Raquel Dias, representando a Comissão Eleitoral Central, compuseram a mesa de posse.

Compuseram a mesa virtual o SINASEFE, a UNE, a FASUBRA, a CSPConlutas, a Auditoria Cidadã da Dívida e o Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas. As falas ressaltaram as ações da direção que sai, e desejaram boa gestão para a nova direção que entra. Trouxeram ainda em seus discursos a relevância da unidade em torno da luta contra os ataques que vem sofrendo os serviços públicos, com destaque às instituições públicas da educação superior, técnica e tecnológica da Rede Federal de Ensino.

A fala dos representantes do ANDES-SN que concluem o mandato e da professora Rivania Moura também trouxeram os componentes da necessidade de fortalecimento da entidade sindical e a unidade interna e externa para fazer frente aos embates que ora se apresentam para a categoria docente, para os servidores públicos e para a sociedade brasileira.

O 10º CONAD Extraordinário se deu de forma online, com a participação de delegados/as e observadores/as das seções sindicais, como público, cuja participação se deu apenas em um momento em que os/as delegados/as se manifestaram pela constituição do Conselho Fiscal da Entidade. De resto foram apenas espectadores/as passivos.

A estranheza foi que, apesar dos discursos de unidade, nenhum representante da Chapa 2 foi convidado para a solenidade (o que seria, no mínimo, de bom tom). Para não dizer que só foi lembrada pela professora Raquel Dias que, ao falar da Comissão Eleitoral Central citou o nome do professor Fábio Venturini, que representou a Chapa 2 na citada comissão; e a professora Rivânia Moura que, em seu discurso, falou do pleito ‘telepresencial’.

Além da absoluta deselegância com a Chapa 2 e com as grandes lideranças que a compuseram, especialmente a professora Celi Taffarel, militante da categoria e de muitos outros movimentos sociais e populares, em nenhum momento se falou da necessidade de aproximação com a base e dos aspectos que tem levado à uma participação cada vez menor da categoria nas lutas e nos destinos da categoria, incluindo a definição da direção de seu sindicato nacional.

Resumindo, a posse foi melancólica, sem grandes expressões das lideranças sindicais e da educação, deixando a mim, pelo menos, uma sensação de desalento diante das grandes lutas que temos pela frente. De qualquer forma, tenho que reconhecer que precisamos levantar a cabeça e ir à luta pelo fortalecimento da categoria docente, trabalhar com as ADs, buscar aproximação com a base e contribuir para a organização da resistência. Para mim e para o Renova Andes, essa é a tarefa e ela é de todas, todos e todes. A defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada continua sendo nosso chão, nossa bandeira!

(*) Mariuza Guimarães é da direção colegiada da ADUFMS e componente do Fórum Renova Andes.


(**) Textos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da tendência Articulação de Esquerda ou do Página 13.

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